Olá
As ICOs estão de volta, e as launchpads estão se movimentando para conquistar sua participação nesse mercado.
Em outubro, a Coinbase adquiriu a Echo e lançou sua plataforma de venda de tokens no início deste mês. Em setembro, a Kraken se associou à Legion. Ao mesmo tempo, a Binance mantém parceria com a Buidlpad, e a PumpFun está apostando em lançamentos de tokens utilitários pelo Spotlight.
Essas movimentações ocorrem em um momento de retomada do interesse e da confiança dos investidores nas ICOs.
A Umbra Privacy captou US$156 milhões na MetaDAO, superando a meta inicial de US$750.000, enquanto a Yieldbasis teve excesso de demanda 98 vezes maior do que o solicitado em menos de um dia na Legion. Já o Aria Protocol, na Buidlpad, teve excesso de demanda de 20 vezes, com mais de 30.000 usuários participando.
Com as ICOs captando múltiplos do valor pretendido, é essencial separar o que realmente importa.
Na nossa edição de 9 de novembro, Saurabh detalhou a evolução da formação de capital no universo cripto. Ele mostrou como novas estruturas de captação, como o modelo da Fyiling Tulip e as ICOs da MetaDAO, buscam resolver a tensão entre times, investidores e usuários. Cada novo modelo promete equilibrar melhor esses interesses.
Apesar de ainda em fase de testes, as launchpads buscam diferentes caminhos para mitigar a tensão entre investidores, usuários e equipes. Elas estruturam a curadoria da tabela de capitalização, permitindo que as equipes escolham os investidores para as vendas públicas de tokens.

No artigo de hoje, explico por que e de que forma a curadoria dos investidores está acontecendo.
Nishil
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Entre 2017 e 2019, investir em ICO era uma corrida de quem chegava primeiro: investidores buscavam entrar cedo para comprar tokens a valor mais baixo, geralmente visando lucro rápido no lançamento. Segundo pesquisa com mais de 300 ICOs, 30% dos investidores saíram já no primeiro mês.

Apesar da tentação do retorno rápido, projetos não precisam aceitar qualquer carteira que apresente capital. Equipes comprometidas devem poder selecionar os participantes das ICOs, filtrando os investidores focados no longo prazo.
Ditto, da Eigencloud, fala sobre a mudança das vendas FCFS para sistemas mais voltados à comunidade.
O problema desse ciclo de ICOs foi enfrentar um lemon market problem: excesso de ICOs lançadas, muitas delas golpes ou fraudes, dificultando a identificação dos projetos de qualidade.
As launchpads não conseguiam avaliar todos os projetos, o que minou a confiança dos investidores nas ICOs. O excesso de ofertas não foi acompanhado por capital disposto a financiá-las.
Agora, esse cenário começa a mudar.
A Echo, plataforma de captação criada por Cobie, já levantou US$200 milhões em mais de 300 projetos. Em captações independentes, milhões são arrecadados em minutos. A Pump.fun realizou uma ICO de sucesso, captando US$500 milhões em menos de 12 minutos, e a Plasma levantou US$373 milhões para uma meta de US$50 milhões em sua venda pública de XPL.

A mudança está presente tanto nos lançamentos de tokens quanto nas launchpads. Novas plataformas como Legion, Umbra e Echo prometem mais transparência, mecanismos claros e estruturas criteriosas para fundadores e investidores. Elas reduzem a assimetria de informações, permitindo que investidores diferenciem bons projetos dos ruins, com mais proteção contra fraudes.
O capital retornou às ICOs, com projetos tendo excesso de demanda muito acima do solicitado.
As novas launchpads também buscam formar uma comunidade de investidores alinhada à visão de longo t
ermo dos projetos.
Após a Coinbase adquirir a Echo, anunciaram sua própria plataforma de vendas de tokens, com forte foco em selecionar usuários alinhados. Atualmente, isso é feito monitorando padrões de venda de tokens. Quem vende em até 30 dias recebe alocação menor, e novas métricas de alinhamento serão divulgadas em breve.
Essa visão centrada na comunidade aparece tanto no airdrop seletivo da Monad quanto na alocação da ICO da MegaETH, que priorizou membros da comunidade.
Leia: Velocidade sem Atalhos
A MegaETH teve excesso de demanda de cerca de 28 vezes. Os usuários precisaram vincular perfis sociais e carteiras com histórico on-chain para compor uma lista de holders mais alinhados ao projeto.

Esse é o movimento: com capital abundante para as ICOs, os projetos precisam escolher a quem alocar. As novas launchpads entregam essa solução.
Legion, Buidlpad, MetaDAO e Kaito surgem como novos modelos de launchpad. O primeiro passo é avaliar os projetos para garantir confiança ao investidor; depois, avaliar os próprios investidores para curar a alocação conforme critérios do projeto.
Com foco em alocação meritocrática, a Legion oferece o sistema mais completo para ranquear membros da comunidade. Já são 17 lançamentos de tokens, com excesso de demanda de até 100X em um lançamento recente.
Para garantir que os tokens cheguem às mãos certas em vendas com excesso de demanda, cada participante recebe um Legion Score, considerando histórico e atividade on-chain, contribuições como desenvolvedor (GitHub), influência social, alcance de rede e declarações qualitativas sobre sua contribuição ao projeto.
Fundadores que lançam na Legion escolhem os critérios de alocação — engajamento de desenvolvedores, alcance social, participação de influenciadores (KOL), educação da comunidade — e atribuem pesos conforme a estratégia.
A Kaito adota abordagem mais focada, alocando para ‘yappers’, participantes ativos em discussões no Twitter. A participação é ponderada conforme reputação de voto, influência, quantidade de $KAITO em participação e raridade do NFT gênese. Fundadores selecionam os perfis de apoiadores preferidos.
O modelo da Kaito permite que projetos atraiam influenciadores das redes sociais como investidores iniciais — útil para projetos que dependem de visibilidade desde o início.
Na Buidlpad, o foco é a alocação baseada em capital: quanto maior a participação, mais tokens. Isso abre espaço para carteiras com mais recursos.
Para equilibrar, a Buidlpad criou o “Squad System”, recompensando participação comunitária e contribuições qualitativas. Atividades como criação de conteúdo, educação e engajamento social geram pontos no ranking e recompensas extras.
A MetaDAO se destaca entre as quatro. Os tesouros das ICOs são geridos por um sistema de governança de mercado chamado Futarchy — negociação de futuros do token, baseada em decisões de governança, não em preço.
Todo capital captado fica em tesouro on-chain, onde mercados condicionais validam cada gasto. As equipes propõem o uso dos recursos, e holders apostam se as ações vão gerar valor. Só com aprovação do mercado a transação ocorre.
A participação nas ICOs da MetaDAO é aberta, com alocação proporcional ao capital investido. Porém, a curadoria de comunidade e alinhamento dos holders ocorre após a ICO. Cada proposta vira um mercado na Futarchy, permitindo que traders vendam tokens se a proposta passar ou comprem mais. Assim, a base de holders se forma de acordo com as decisões tomadas.
Embora a curadoria de alocação seja o foco aqui, para o fundador há outros fatores relevantes ao lançar uma ICO: critérios de seleção, flexibilidade, taxas da plataforma e suporte pós-lançamento. Consulte a tabela comparativa para uma visão rápida.

O Web3 pode unir usuários, traders e colaboradores por meio de incentivos distribuídos com base em reputação verificável. Sem mecanismos para filtrar maus atores ou atrair os certos, as vendas de tokens comunitárias tendem a ser superficiais, misturando crentes e descrentes. As launchpads atuais oferecem às equipes a chance de aprimorar suas economias de token e começar bem.
Projetos precisam de ferramentas para identificar os usuários certos e recompensá-los por contribuições reais. Isso inclui usuários influentes e comunidades ativas, além de fundadores e builders que criam aplicações relevantes. Esses perfis impulsionam o ecossistema e devem ser incentivados a permanecer no longo prazo.
Se a tendência continuar, a próxima geração de launchpads pode ajudar a resolver o desafio de formação inicial de comunidades no cripto, um problema que os airdrops ainda não conseguiram solucionar.
Por hoje é isso, até a próxima.
Até lá, mantenha-se curioso,





