Recentemente, o mercado mal teve tempo para respirar e um risco que a maioria das pessoas ignora voltou a emergir — o da mineração de criptomoedas com eletricidade furtada.

Comecemos por alguns números. Na Malásia, nos últimos 7 anos, as perdas causadas pelo furto de eletricidade para mineração de criptomoedas atingiram quase 5 mil milhões de ringgits, o que equivale a cerca de 7,5 mil milhões de renminbis. Só entre 2023 e 2024, foram investigados 2399 casos relacionados. No estado de Sarawak, as perdas superaram os 31 milhões de ringgits, as autoridades realizaram mais de 70 rusgas e o número de máquinas apreendidas encheria vários armazéns.

Como funcionam estas explorações mineiras? Contornam diretamente o contador de eletricidade para roubar energia. O resultado? Redes elétricas locais ficam desequilibradas, há quedas de energia frequentes e até incêndios. No ano passado, um incêndio numa exploração de mineração em Sarawak destruiu equipamentos no valor de dezenas de milhões e os investidores perderam todo o capital.

Mais complicado ainda é a questão ambiental. Estas explorações de mineração que furtam eletricidade dependem, em grande parte, de centrais a carvão ou gás natural, emitindo grandes quantidades de carbono. Hoje em dia, os investidores institucionais dão cada vez mais importância à conformidade e aos padrões ambientais. Se o projeto que deténs estiver ligado a este tipo de exploração mineira poluente e de alto risco, as consequências podem ser graves: ou o fundo vende as suas posições, provocando a queda do preço da moeda, ou o projeto é visado pelos reguladores devido à violação das normas ambientais.

Isto pode parecer distante para o investidor comum, mas na realidade o risco já circula pelo mercado há algum tempo. O custo da mineração, as políticas regulatórias e a conformidade dos projetos — tudo isto afeta a volatilidade do preço das moedas. Não esperes até perder dinheiro para procurares a razão — nessa altura, talvez nem percebas como perdeste.