Aquele homem que, antes do colapso financeiro de 2008, carregou com precisão no botão de alarme, está de volta para agitar as águas.

Desta vez, Michael Burry não está apenas a fazer short a uma ação qualquer — ele veio diretamente dizer que a Reserva Federal, esta instituição centenária, devia ser desmantelada. No episódio mais recente de um podcast, este lendário investidor lançou uma opinião explosiva: os Estados Unidos simplesmente não precisam de um banco central.

O seu raciocínio é direto: "No dia em que Trump controlar verdadeiramente a Reserva Federal, esta instituição basicamente já não faz sentido." Burry não poupou críticas, dizendo que, nos últimos cem anos, a Fed criou mais problemas do que resolveu, e quanto à chamada política monetária? "É o trabalho mais fácil do mundo."

O timing deste ataque é delicado. Agora, o mercado está a apostar numa nova descida das taxas de juro em dezembro, mas Burry surge a dizer que não há necessidade nenhuma — acredita que um ambiente de baixas taxas só prejudica os depositantes e investidores obrigacionistas, ao mesmo tempo que continua a alimentar a bolha das tecnológicas. Coincidência ou não, ele está fortemente posicionado em shorts sobre ações como Nvidia e outros títulos ligados à IA, sendo que a direção da política de taxas de juro afeta diretamente os seus lucros e perdas.

O golpe mais duro ainda foi sugerir que o Tesouro deveria assumir diretamente as funções de política monetária, porque "estes dois departamentos já são praticamente uma só entidade". As ações de crescimento com avaliações elevadas tendem a disparar em ciclos expansionistas — o que não é nada bom para os grandes short sellers, pois os custos de cobertura sobem a pique.

Este debate sobre a existência (ou não) dos bancos centrais está, provavelmente, apenas a começar. Mas, pensando bem, quando alguém que vive de fazer short critica as políticas expansionistas, até que ponto há aqui verdadeiro conhecimento, e quanto é que é apenas interesse próprio devido às suas posições?

(Conteúdo compilado a partir de entrevistas públicas, não constitui qualquer recomendação de investimento)