Em outubro de 2025, a compra líquida de ouro pelos bancos centrais globais disparou para 53 toneladas, atingindo o pico anual e aumentando 36% face ao mês anterior. Nesta ronda da “corrida ao ouro”, a Polónia e o Brasil adquiriram cada um 16 toneladas, seguidos de perto pelo Uzbequistão com 9 toneladas. A Polónia acumulou um total anual de 83 toneladas, consolidando-se como líder na acumulação de ouro. Ainda mais relevante, 95% dos bancos centrais afirmaram de forma clara que pretendem continuar a aumentar as suas reservas.

Porque é que os bancos centrais de vários países se voltaram coletivamente para o ouro? A resposta está no atual cenário de turbulência económica — conflitos geopolíticos constantes, políticas monetárias oscilantes, expectativas de inflação voláteis. O ouro distingue-se por não depender da confiança de nenhum governo em particular, não ter risco de incumprimento e ser um verdadeiro ativo de refúgio em tempos de crise.

Olhando agora para o mercado das criptomoedas, a regulação continua a apertar e a volatilidade mantém-se elevada. Uma única notícia pode fazer um token desvalorizar 50%, e eventos “cisne negro” são frequentes. O ideal da “descentralização” é muito bonito, mas perante riscos sistémicos, a capacidade de defesa é claramente insuficiente.

Se todos os teus ativos estão investidos em criptomoedas, talvez seja altura de reconsiderar e fazer alguns ajustes: aloca 20%-30% da tua carteira em ouro físico ou ETFs regulamentados quando o preço do ouro corrigir, e mantém-te afastado de derivados de alto risco e alavancagem. O ouro não te vai proporcionar ganhos de 10 vezes, mas pode ajudar-te a proteger o capital quando o mercado entra em colapso.

Neste momento, há quem ainda ande a perseguir altas e baixas no mundo cripto atrás de adrenalina, e há quem já tenha começado a fazer alocação de ativos como um banco central. Que percentagem da tua carteira está investida em ouro?