O que são transactions per second (TPS) em cripto?

Transactions per second (TPS) é um indicador essencial de desempenho no universo das criptomoedas e da tecnologia blockchain, que mede quantas transações uma rede consegue processar em apenas um segundo. Este indicador tornou-se cada vez mais relevante à medida que aumenta a adoção das criptomoedas e os utilizadores exigem capacidades de processamento de transações mais rápidas e eficientes, equiparáveis às dos sistemas financeiros tradicionais.

O que significa transaction per second (TPS)?

Transactions per second é um indicador fundamental que quantifica a capacidade de processamento de uma rede blockchain. O conceito é direto: representa o número de transações que uma rede consegue validar e confirmar num segundo. No entanto, compreender o TPS implica reconhecer que as blockchains funcionam com duas métricas distintas: TPS médio e TPS máximo.

O TPS médio reflete o desempenho da rede em condições normais de funcionamento, com procura regular dos utilizadores. Em contrapartida, o TPS máximo representa a capacidade de pico da rede em períodos de elevada atividade, como durante grandes oscilações de preços, quando muitos utilizadores executam transações simultaneamente. Por exemplo, o Bitcoin, apesar de ser a criptomoeda com maior capitalização de mercado, regista um dos valores de TPS mais baixos do setor, com uma média de cerca de cinco transações por segundo e um máximo aproximado de sete TPS.

Esta limitação resulta do desenho arquitetónico do Bitcoin e do compromisso da comunidade em manter a estrutura original da rede. O princípio da descentralização, predominante em muitos projetos de criptomoedas, frequentemente implica compromissos ao nível da velocidade das transações. Para referência, processadores de pagamentos centralizados como a VISA conseguem processar mais de 65 000 transações por segundo, o que evidencia o grande fosso de desempenho entre a infraestrutura financeira tradicional e muitas redes blockchain.

Qual o impacto do TPS na velocidade das redes blockchain?

O indicador TPS está intrinsecamente relacionado com a velocidade das redes blockchain, mas não traduz toda a realidade. Embora o TPS indique o volume de transações processáveis por segundo, outro fator determinante é o tempo de finalização das transações — ou seja, o tempo necessário para confirmar uma transação como irreversível na blockchain.

Com uma média de cinco TPS, combinada com o tempo de finalização das transações, os utilizadores do Bitcoin aguardam, tipicamente, pelo menos uma hora até à confirmação total das suas operações. Isto contrasta fortemente com redes blockchain mais recentes, que integraram diversas melhorias tecnológicas. Por exemplo, o Ethereum processava originalmente cerca de 15 TPS com o mecanismo de consenso Proof of Work. No entanto, após a migração para Proof of Stake (Ethereum 2.0 ou “The Merge”), a capacidade teórica da rede aumentou dramaticamente para entre 20 000 e 100 000 TPS, graças à implementação de sharding e de outras soluções de escalabilidade.

A evolução da tecnologia blockchain originou inúmeras propostas para aumentar o TPS em diferentes redes. No Bitcoin, sugeriu-se o aumento do tamanho dos blocos e a alteração do mecanismo de consenso. Porém, estas propostas foram maioritariamente rejeitadas pela comunidade, que privilegia a segurança e a descentralização em detrimento da velocidade de transação.

A velocidade das transações blockchain é importante?

No atual contexto da economia digital, cada vez mais acelerada, a velocidade das transações tornou-se um fator crítico para o sucesso das redes blockchain e para a adesão dos utilizadores. O princípio “tempo é dinheiro” aplica-se diretamente às transações em criptomoeda, onde se espera um processamento rápido e sem falhas, comparável ao dos sistemas de pagamento digitais modernos.

À medida que o setor das criptomoedas se expande, abrangendo milhões de utilizadores em todo o mundo, taxas elevadas de TPS tornaram-se essenciais para garantir a operacionalidade da rede e a satisfação dos utilizadores. Quando uma blockchain não processa transações com rapidez suficiente para responder à procura, ocorre congestionamento, obrigando os utilizadores a esperar mais tempo pela confirmação das operações. Este congestionamento gera efeitos negativos em cascata na experiência do utilizador e na eficiência da rede.

As comissões de transação representam outra dimensão em que o TPS afeta a experiência do utilizador. Normalmente, as transações em criptomoedas têm comissões inferiores às das soluções bancárias tradicionais, o que favorece a sua competitividade. Contudo, em períodos de congestionamento, os utilizadores que pretendem maior rapidez podem propor comissões mais elevadas para incentivar mineradores ou validadores a priorizar as suas transações. Esta dinâmica pode criar um ciclo vicioso: quanto mais utilizadores aumentam as comissões para terem prioridade, maior é a média das comissões na rede, afastando quem não consegue suportar custos acrescidos.

A escalabilidade blockchain — ou seja, a capacidade da rede para responder ao aumento da procura — depende diretamente do TPS. As redes devem garantir o TPS médio para as operações regulares e o TPS máximo para acomodar períodos de pico durante a volatilidade de mercado. Sem escalabilidade suficiente, as redes blockchain arriscam-se a ver o seu sucesso penalizado pelo crescimento dos utilizadores, que pode exceder a capacidade de processamento e degradar a qualidade do serviço.

Quais são as redes de criptomoeda mais rápidas?

Reconhecendo cedo as limitações de escalabilidade do Bitcoin, os programadores blockchain desenvolveram múltiplas soluções para alcançar TPS mais elevados em novas redes. Nos últimos anos, surgiram milhares de criptomoedas, muitas baseadas em blockchains desenhadas para maximizar o volume de transações processadas.

Solana (SOL) destaca-se como uma das redes blockchain mais rápidas. De acordo com o whitepaper do projeto, a arquitetura da Solana suporta teoricamente até 710 000 TPS. Embora seja um valor máximo teórico, a rede demonstrou resultados reais notáveis, alcançando 65 000 TPS em testes, e os programadores estimam que possa atingir 400 000 TPS em condições ideais. A rede apresenta ainda tempos de finalização significativamente mais rápidos, exigindo apenas 21 a 46 segundos, em comparação com o mínimo de uma hora do Bitcoin. Como uma das blockchains mais rápidas, a Solana continua a definir padrões de alto desempenho.

A SUI é outra rede blockchain de elevado desempenho, reconhecida entre as plataformas mais rápidas. Esta blockchain Layer-1 permissionless reclama capacidade para até 125 000 TPS, demonstrando grande eficiência. A SUI atinge estas velocidades graças ao processamento paralelo dos validadores, o que maximiza o throughput e reduz a latência. A arquitetura da rede privilegia a escalabilidade, permitindo transações imediatas e validações individuais que aumentam a eficiência global.

A BNB Smart Chain (BSC) oferece velocidades de transação competitivas, consolidando-se entre as blockchains mais rápidas. A BSC disponibiliza smart contracts compatíveis com Ethereum Virtual Machine (EVM), permitindo o acesso ao ecossistema de aplicações descentralizadas e ferramentas de desenvolvimento Ethereum, beneficiando de processamento mais rápido. A rede garante sempre elevado throughput, sendo uma escolha popular para quem procura rapidez e eficiência.

O Ethereum merece destaque pela transformação após a atualização Ethereum 2.0. A transição de Proof of Work para Proof of Stake, juntamente com a implementação planeada de sharding, aumentou o TPS máximo teórico de 12-15 para 100 000. Considerando o Ethereum como a blockchain líder para smart contracts e aplicações descentralizadas, esta escalabilidade é crucial para gerir o tráfego intenso e as microtransações. Embora não fosse tradicionalmente considerada das mais rápidas, as melhorias reforçaram a posição competitiva do Ethereum.

O XRP da Ripple representa uma alternativa à arquitetura blockchain convencional. Em vez de uma estrutura blockchain tradicional, o XRP opera no RippleNet, uma tecnologia de registo distribuído proprietária. O RippleNet demonstra capacidades de desempenho impressionantes, alegadamente processando até 50 000 TPS — valor muito superior ao das redes internacionais de pagamentos tradicionais como a SWIFT, posicionando-se entre as soluções blockchain mais rápidas para pagamentos.

Ao avaliar as blockchains mais rápidas, importa sublinhar que os máximos teóricos nem sempre refletem o desempenho real. Ainda assim, redes como Solana, SUI e outras Layer-1 demonstram que é possível alcançar velocidades elevadas mantendo segurança e descentralização. Estas plataformas continuam a expandir os limites da tecnologia de registos distribuídos.

Conclusão

Transactions per second tornou-se um indicador chave na avaliação do desempenho e escalabilidade das redes blockchain. Com a adoção crescente das criptomoedas a nível mundial, a importância de capacidades elevadas de TPS continua a aumentar. A indústria tem investido fortemente em soluções para melhorar a velocidade e a escalabilidade das transações, impulsionada pela procura dos utilizadores e pela necessidade de competir com a infraestrutura financeira tradicional.

Os avanços registados no aumento do TPS em várias redes blockchain demonstram que existem soluções eficazes para responder à procura atual e futura. Desde a Solana, uma das plataformas mais rápidas, à evolução do Ethereum e ao surgimento de redes como a SUI, o setor revelou grande capacidade de inovação para superar desafios de escalabilidade. Estes desenvolvimentos apontam para uma perspetiva positiva da sustentabilidade a longo prazo do setor, sugerindo que a tecnologia blockchain pode evoluir para responder às exigências das aplicações financeiras generalizadas, mantendo os princípios de descentralização e segurança que lhe conferem valor.

A corrida para construir a blockchain mais rápida continua a impulsionar a inovação em todo o setor. Com o avanço da tecnologia e a emergência de novos mecanismos de consenso e abordagens arquitetónicas, é expectável que os limites da velocidade das transações blockchain continuem a expandir-se, sustentando o crescimento do ecossistema de ativos digitais e aplicações descentralizadas. As blockchains mais rápidas de hoje estão a definir novos padrões, mostrando que velocidade, segurança e descentralização podem coexistir em sistemas bem desenhados.

FAQ

Qual é atualmente a blockchain mais rápida?

Em 2025, a Solana mantém-se como a blockchain mais rápida, processando milhares de transações por segundo com finalização quase instantânea.

O XRP é a criptomoeda mais rápida?

O XRP está entre as criptomoedas mais rápidas, reconhecido pela rapidez das transações. Permite processar até 1 500 transações por segundo, sendo uma referência para pagamentos internacionais rápidos.

O que é mais rápido do que o Ethereum?

Em 2025, a Alephium e a Hyperliquid superam o Ethereum em velocidade de processamento. Estas blockchains garantem maior throughput e finalização de transação mais célere.

O BTC ou o ETH é mais rápido?

O ETH é mais rápido. O tempo médio de bloco do Ethereum é de 13-15 segundos, enquanto o do Bitcoin é de 10 minutos, tornando as transações ETH mais céleres.