A tokenização de ativos do mundo real passou de um experimento inicial para uma realidade financeira inegável. No final de agosto de 2025, os ativos tokenizados em blockchains públicas ultrapassaram $28 bilhões, com os Títulos do Tesouro dos EUA representando mais de $6,6 bilhões em valor. O que antes estava confinado a projetos de nicho amadureceu para se tornar uma das áreas mais dinâmicas da adoção de blockchain.
Resumo
A tokenização está passando da teoria para a prática, digitalizando classes de ativos como private equity, crédito e tesourarias — melhorando a transparência, a velocidade de liquidação e a eficiência de capital.
As instituições e reguladores estão a impulsionar a adoção; a Europa, a Ásia e o Brasil estão a implementar estruturas de apoio; até os EUA estão a avançar com cautela.
O momentum de retalho está a surgir, com plataformas como a Robinhood a preparar-se para a tokenização de ações.
A próxima fase depende de confiança, interoperabilidade e uma infraestrutura com conformidade em primeiro lugar — incorporando salvaguardas para escalar de forma responsável e desbloquear o potencial de tokenização de vários trilhões de dólares.
O ritmo de crescimento é impressionante. A tokenização oferece mais do que eficiência, proporcionando propriedade fracionada, liquidação mais rápida e maior transparência em mercados que lutaram com ineficiências durante décadas. Essas melhorias já não são teóricas. Elas estão a influenciar diretamente como as instituições e os investidores alocam capital.
Impulso institucional e a evolução da infraestrutura
O impulso institucional é central para essa mudança. Desde private equity até dívida imobiliária e crédito estruturado, algumas das maiores e menos transparentes classes de ativos estão sendo digitalizadas. Esse movimento não está acontecendo apenas em blockchains de propósito geral, mas através de infraestrutura projetada para gerenciar conformidade, automatizar restrições e estabelecer padrões duráveis para liquidez.
Bancos globais grandes já estão realizando transações de repo tokenizadas no valor de bilhões, demonstrando como a tokenização reduz o risco de contraparte e acelera os fluxos de capital, cortando os tempos de liquidação de dias para horas. Firmas de investimento líderes começaram a emitir títulos tokenizados em blockchains privadas, enquanto gestores de ativos estão testando fundos do Tesouro tokenizados em redes públicas. Essas iniciativas não são inovações por si mesmas; são passos direcionados para reduzir o risco, ampliar a distribuição e diminuir a fricção em alguns dos mercados mais sistemicamente importantes das finanças.
Se a tokenização for escalar para trilhões, não pode depender de contratos inteligentes ad-hoc que deixem os emissores expostos a incertezas regulatórias. As fundações devem incorporar conformidade e governança para que os ativos criados em cadeia tenham as mesmas proteções que seus equivalentes tradicionais. Somente com esta abordagem a adoção institucional pode continuar a acelerar sem introduzir novos riscos.
Políticas e plataformas estão abrindo novas portas
A regulamentação está começando a acompanhar a inovação. Na Europa, os responsáveis pela formulação de políticas deixaram claro que a tokenização não é um projeto secundário, mas uma prioridade. Novas iniciativas sob o Regime Piloto de DLT e as medidas propostas dentro do Livro Único (SIU) estão permitindo ações, obrigações e derivativos tokenizados dentro de parâmetros legais claros.
A lente regulatória também está mudando rapidamente em outras regiões. Singapura e Hong Kong aprovaram pilotos para fundos e produtos estruturados. Enquanto isso, o Brasil está avançando com ativos tokenizados denominados em dólar. Mesmo nos EUA, onde a cautela prevaleceu, o progresso é visível: a SEC está revisando propostas para permitir que valores mobiliários tokenizados sejam negociados em bolsas tradicionais. Uma abordagem global fragmentada continua sendo um desafio, mas está claro que os reguladores agora veem a tokenização não como um experimento, mas como uma evolução de mercado inevitável.
No lado do retalho, o momento está a aumentar. A Robinhood anunciou planos para lançar uma plataforma para ações tokenizadas dos EUA na Europa, com a liquidação em blockchain provavelmente a ser alimentada por Arbitrum (ARB) ou Solana (SOL). Estes movimentos sugerem um futuro onde investidores comuns podem aceder a versões digitais de valores mobiliários tão facilmente quanto negociam criptomoedas hoje em dia. Por agora, as ações tokenizadas continuam a representar uma fatia relativamente pequena do mercado, valendo cerca de 400 milhões de dólares em comparação com as dezenas de bilhões concentradas em títulos do tesouro e crédito.
O futuro será definido pela confiança e pela escala
Mesmo que os números impressionem, os desafios permanecem. As bolsas de valores globais pediram às autoridades regulatórias que analisassem as ações tokenizadas, alertando que muitas que imitam ações não oferecem direitos como voto ou resgate. A liquidez também é desigual, com mercados secundários finos para muitos produtos tokenizados. Esses problemas mostram que a tokenização deve ir além da velocidade e também preservar as garantias que conferem confiança aos investidores e protegem a integridade do mercado.
A liquidez ainda é o maior gargalo. Os tesouros tokenizados estão prosperando, mas as ações e produtos de crédito tokenizados frequentemente operam com pouco volume em mercados fragmentados. Os investidores estão hesitantes em entrar sem escala, e a liquidez estagna sem eles. Para romper esse ciclo, precisamos de interoperabilidade e padrões compartilhados. Isso ajudará emissores e investidores a transacionar entre os mercados com confiança. Assim como os mercados de ações dependem de sistemas de compensação estabelecidos, a tokenização amadurecerá quando a conformidade e a liquidez forem características integradas, e não apenas extras opcionais.
O caminho à frente
A próxima fase de crescimento exigirá um equilíbrio cuidadoso. A inovação deve continuar, mas não pode ultrapassar a regulamentação ou abandonar a proteção dos investidores. A infraestrutura deve priorizar a conformidade, a governança e a identidade desde o início, e não como um pensamento posterior. Se esse equilíbrio for alcançado, a tokenização continuará sua rápida expansão enquanto transforma os mercados de capitais em algo mais eficiente, transparente e inclusivo.
O marco de 28 bilhões de dólares não é o fim da história, mas o começo de um novo capítulo. Nos próximos anos, a tokenização irá definir como os mercados globais operam, e os vencedores serão aqueles que escalarem de forma responsável, combinando a velocidade da blockchain com a disciplina das finanças tradicionais.
Vincent Kadar
Vincent Kadar é um experiente executivo de tecnologia e mercados de capitais que lidera a Polymath, onde se concentra na construção de soluções de blockchain práticas para ativos privados. Ele passou quase trinta anos ajudando empresas a conectar tecnologia complexa com as reais necessidades do mercado. Antes da Polymath, foi CEO da Telepin Software Systems por mais de uma década, expandindo sua rede de pagamentos móveis em todo o mundo. Ele também co-fundou a Airwide Solutions, um dos primeiros líderes em mensagens móveis seguras. Na Polymath, Vincent supervisiona a Polymath Capital Platform e serve no Conselho Governante da Polymesh Association, ajudando a avançar a infraestrutura de blockchain permisionada para ativos regulamentados. Ele é conhecido por sua abordagem direta na resolução de desafios da indústria e seu histórico de transformar ideias inovadoras em negócios prósperos.
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A tokenização passou das margens para um mercado de $28 bilhões
A tokenização de ativos do mundo real passou de um experimento inicial para uma realidade financeira inegável. No final de agosto de 2025, os ativos tokenizados em blockchains públicas ultrapassaram $28 bilhões, com os Títulos do Tesouro dos EUA representando mais de $6,6 bilhões em valor. O que antes estava confinado a projetos de nicho amadureceu para se tornar uma das áreas mais dinâmicas da adoção de blockchain.
Resumo
O ritmo de crescimento é impressionante. A tokenização oferece mais do que eficiência, proporcionando propriedade fracionada, liquidação mais rápida e maior transparência em mercados que lutaram com ineficiências durante décadas. Essas melhorias já não são teóricas. Elas estão a influenciar diretamente como as instituições e os investidores alocam capital.
Impulso institucional e a evolução da infraestrutura
O impulso institucional é central para essa mudança. Desde private equity até dívida imobiliária e crédito estruturado, algumas das maiores e menos transparentes classes de ativos estão sendo digitalizadas. Esse movimento não está acontecendo apenas em blockchains de propósito geral, mas através de infraestrutura projetada para gerenciar conformidade, automatizar restrições e estabelecer padrões duráveis para liquidez.
Bancos globais grandes já estão realizando transações de repo tokenizadas no valor de bilhões, demonstrando como a tokenização reduz o risco de contraparte e acelera os fluxos de capital, cortando os tempos de liquidação de dias para horas. Firmas de investimento líderes começaram a emitir títulos tokenizados em blockchains privadas, enquanto gestores de ativos estão testando fundos do Tesouro tokenizados em redes públicas. Essas iniciativas não são inovações por si mesmas; são passos direcionados para reduzir o risco, ampliar a distribuição e diminuir a fricção em alguns dos mercados mais sistemicamente importantes das finanças.
Se a tokenização for escalar para trilhões, não pode depender de contratos inteligentes ad-hoc que deixem os emissores expostos a incertezas regulatórias. As fundações devem incorporar conformidade e governança para que os ativos criados em cadeia tenham as mesmas proteções que seus equivalentes tradicionais. Somente com esta abordagem a adoção institucional pode continuar a acelerar sem introduzir novos riscos.
Políticas e plataformas estão abrindo novas portas
A regulamentação está começando a acompanhar a inovação. Na Europa, os responsáveis pela formulação de políticas deixaram claro que a tokenização não é um projeto secundário, mas uma prioridade. Novas iniciativas sob o Regime Piloto de DLT e as medidas propostas dentro do Livro Único (SIU) estão permitindo ações, obrigações e derivativos tokenizados dentro de parâmetros legais claros.
A lente regulatória também está mudando rapidamente em outras regiões. Singapura e Hong Kong aprovaram pilotos para fundos e produtos estruturados. Enquanto isso, o Brasil está avançando com ativos tokenizados denominados em dólar. Mesmo nos EUA, onde a cautela prevaleceu, o progresso é visível: a SEC está revisando propostas para permitir que valores mobiliários tokenizados sejam negociados em bolsas tradicionais. Uma abordagem global fragmentada continua sendo um desafio, mas está claro que os reguladores agora veem a tokenização não como um experimento, mas como uma evolução de mercado inevitável.
No lado do retalho, o momento está a aumentar. A Robinhood anunciou planos para lançar uma plataforma para ações tokenizadas dos EUA na Europa, com a liquidação em blockchain provavelmente a ser alimentada por Arbitrum (ARB) ou Solana (SOL). Estes movimentos sugerem um futuro onde investidores comuns podem aceder a versões digitais de valores mobiliários tão facilmente quanto negociam criptomoedas hoje em dia. Por agora, as ações tokenizadas continuam a representar uma fatia relativamente pequena do mercado, valendo cerca de 400 milhões de dólares em comparação com as dezenas de bilhões concentradas em títulos do tesouro e crédito.
O futuro será definido pela confiança e pela escala
Mesmo que os números impressionem, os desafios permanecem. As bolsas de valores globais pediram às autoridades regulatórias que analisassem as ações tokenizadas, alertando que muitas que imitam ações não oferecem direitos como voto ou resgate. A liquidez também é desigual, com mercados secundários finos para muitos produtos tokenizados. Esses problemas mostram que a tokenização deve ir além da velocidade e também preservar as garantias que conferem confiança aos investidores e protegem a integridade do mercado.
A liquidez ainda é o maior gargalo. Os tesouros tokenizados estão prosperando, mas as ações e produtos de crédito tokenizados frequentemente operam com pouco volume em mercados fragmentados. Os investidores estão hesitantes em entrar sem escala, e a liquidez estagna sem eles. Para romper esse ciclo, precisamos de interoperabilidade e padrões compartilhados. Isso ajudará emissores e investidores a transacionar entre os mercados com confiança. Assim como os mercados de ações dependem de sistemas de compensação estabelecidos, a tokenização amadurecerá quando a conformidade e a liquidez forem características integradas, e não apenas extras opcionais.
O caminho à frente
A próxima fase de crescimento exigirá um equilíbrio cuidadoso. A inovação deve continuar, mas não pode ultrapassar a regulamentação ou abandonar a proteção dos investidores. A infraestrutura deve priorizar a conformidade, a governança e a identidade desde o início, e não como um pensamento posterior. Se esse equilíbrio for alcançado, a tokenização continuará sua rápida expansão enquanto transforma os mercados de capitais em algo mais eficiente, transparente e inclusivo.
O marco de 28 bilhões de dólares não é o fim da história, mas o começo de um novo capítulo. Nos próximos anos, a tokenização irá definir como os mercados globais operam, e os vencedores serão aqueles que escalarem de forma responsável, combinando a velocidade da blockchain com a disciplina das finanças tradicionais.
Vincent Kadar
Vincent Kadar é um experiente executivo de tecnologia e mercados de capitais que lidera a Polymath, onde se concentra na construção de soluções de blockchain práticas para ativos privados. Ele passou quase trinta anos ajudando empresas a conectar tecnologia complexa com as reais necessidades do mercado. Antes da Polymath, foi CEO da Telepin Software Systems por mais de uma década, expandindo sua rede de pagamentos móveis em todo o mundo. Ele também co-fundou a Airwide Solutions, um dos primeiros líderes em mensagens móveis seguras. Na Polymath, Vincent supervisiona a Polymath Capital Platform e serve no Conselho Governante da Polymesh Association, ajudando a avançar a infraestrutura de blockchain permisionada para ativos regulamentados. Ele é conhecido por sua abordagem direta na resolução de desafios da indústria e seu histórico de transformar ideias inovadoras em negócios prósperos.