Empreendedores de Bitcoin lançam Noones, uma super app para a liberdade financeira no Sul Global

Uma nova aplicação financeira chamada Noones acaba de ser apresentada por uma equipe de empreendedores de Bitcoin, focada em empoderar a liberdade financeira no Sul Global. Fico surpreso com a forma como combinaram um mensageiro para transações peer-to-peer com uma carteira Bitcoin e um mercado P2P. Já está disponível em beta privada e em breve terá trocas instantâneas e suporte Lightning.

Por trás da Noones estão Nicholas Gregory, CEO da CommerceBlock, e Yusuf Nessary, cofundador da Built With Bitcoin Foundation. Eles acreditam firmemente que "o peer-to-peer é o único verdadeiro mercado livre do mundo". O aplicativo foca no mensageiro, onde segundo eles ocorre a maioria das operações P2P em todo o setor.

Quem não se sentiu frustrado com os controles monetários internacionais? Como diz Nessary: "Milhões de pessoas no Sul Global enfrentam controles monetários que os excluem do cenário global". Bitcoin oferece uma solução inclusiva que pode fortalecer economias e dar às pessoas uma oportunidade real.

O que me parece mais interessante é que o mensageiro de Noones incluirá uma opção de comércio com garantia e um moderador local para resolver disputas. Isso adiciona uma camada de segurança que outras plataformas de comunicação pura não têm.

A inspiração para este aplicativo vem da adoção do Bitcoin que já está ocorrendo no Sul Global. A equipe fundadora espera que Noones ajude a unir a região com comunicações, pagamentos e uma reserva de valor. "Acabou o controle monetário", afirma Nessary. "É hora de impulsionar um novo padrão financeiro onde as pessoas possam acessar facilmente o sistema financeiro global."

Curiosamente, Noones não estará disponível para usuários nos Estados Unidos nem em outros países de sua lista de países bloqueados devido a restrições regulatórias. Parece que os controles que pretendem combater também os afetam.

Esta iniciativa chega num momento em que Bitcoin ganha tração mundial como alternativa aos sistemas financeiros tradicionais. No entanto, pergunto-me se realmente conseguirá "acabar com o apartheid económico" como prometem, ou se será apenas mais uma ferramenta num sistema que necessita de mudanças muito mais profundas.