Quanto ainda valem os teus U? Hoje o preço no mercado paralelo já caiu para 6,95.

Quem diria, há meio ano, que aqueles manos que apostaram contra o yuan a 7,4 agora estavam todos liquidados. O yuan offshore subiu até aos 7,06, atingindo um novo máximo anual. Achavas que estavas seguro em cripto? Quando convertes para moeda fiduciária, vês que o teu poder de compra já evaporou uma boa parte.

Esta recuperação do yuan foi mesmo agressiva. Não é o banco central a segurar, é dinheiro real a comprar — o preço de fecho a puxar a taxa de referência para cima, é o mercado a votar com os pés. Há três forças a impulsionar isto: o índice do dólar entrou num ciclo de queda, o yuan vai junto; o mercado acionista chinês ultrapassou os 4000 pontos, um recorde em dez anos, e o capital estrangeiro está a entrar em força; e ainda a forte procura por liquidação de divisas por parte das empresas, mudando de vez as expectativas cambiais.

Aqui fica a questão: ainda são assim tão estáveis as stablecoins?

Muita gente vê o USDT como porto seguro, sem perceber que aquilo está indexado ao dólar. Se o yuan continuar a fortalecer-se a longo prazo, ficar agarrado ao USDT é aceitar de bom grado a desvalorização do dólar. E pior ainda com as recentes medidas regulatórias, as stablecoins já estão no radar da gestão cambial, a diferença no mercado paralelo está invertida e a liquidez começa a apertar.

O dinheiro esperto já está a realocar — a virar-se para produtos tokenizados de ativos reais como ações americanas on-chain ou ouro on-chain. Dá para fazer hedge às flutuações do mercado financeiro tradicional sem te preocupares com a desvalorização de uma única moeda fiduciária. Em bear market todos falam de “alocação de ativos”, mas o que realmente funciona não é acumular mais altcoins, é sair do padrão mental do mundo cripto.

Não esperes que o USDT caia abaixo dos 6,8 para te mexeres. Uma tendência cambial, uma vez criada, demora a reverter. Ainda vais a tempo de ajustar a tua carteira — já mexeste?