O ouro perdeu o suporte dos 4.200 dólares, mas a curva de rendimentos da dívida pública dos EUA está a inclinar-se abruptamente — estes dois sinais, que não deveriam ocorrer em simultâneo, estão a provocar uma tempestade cognitiva em Wall Street. Os traders estão a apostar furiosamente num corte das taxas em dezembro (a probabilidade já disparou para 85%), mas os veteranos já sentem que algo não bate certo: isto pode ser a armadilha "suave" mais perigosa da história da Fed.
**Corte nas taxas? Ainda é cedo para abrir o champanhe**
À superfície parece estímulo, mas na verdade pode ser um combo de três golpes consecutivos:
**Primeiro golpe: armadilha semântica** É muito provável que Powell jogue com as palavras — "corte nas taxas não significa início de ciclo de flexibilização". O gráfico de pontos vai colocar condições rígidas para mais cortes em 2026: ou a taxa de desemprego sobe acima dos 5% (agora está só nos 4,4%), ou o núcleo do PCE cai abaixo dos 2,3% (atualmente ainda oscila nos 2,8%). Ou seja, depois deste corte pode não haver outro.
**Segundo golpe: assassinato da liquidez** O novo regulamento discreto de 1 de dezembro é o verdadeiro trunfo — parar o quantitative tightening e simultaneamente reinvestir em dívida de curto prazo. Parece expansão monetária? Na verdade, é uma forma passiva de fazer subir as taxas de longo prazo. Para ativos como o BTC, que dependem de modelos de avaliação, é como misturar água no depósito de combustível.
**Terceiro golpe: sacrifício político** Powell está prestes a passar o testemunho, esta é a última reunião que lidera. Para abrir caminho ao sucessor, precisa de reforçar a sua imagem "hawkish". O mercado cripto? Lamentamos, pode muito bem ser o bode expiatório. Olhando para o corte hawkish de 2019, o BTC caiu logo 53% — será que este cenário se repete?
**O mercado já está a exagerar**
Os dados não mentem: o setor energético do S&P 500 caiu recentemente 1,28%, matérias-primas caíram 0,82% — é sinal de que o dinheiro inteligente está a sair. O Bitcoin disparou mais de 16% desde 21 de novembro, mostrando que as boas notícias já foram totalmente absorvidas.
O pessoal do JPMorgan já está a soar o alarme: quando o corte se concretizar, as ações norte-americanas podem mergulhar devido à realização de lucros. A liquidez no mercado cripto já é frágil — será que vai ser também atingida por este efeito?
O guião deste jogo pode ser: oferecem-te o doce do corte nas taxas, mas retiram-no logo com o chicote hawkish. Quem aposta num mercado unilateral arrisca-se a ser o último a segurar o saco.
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LongTermDreamer
· 12-10 00:45
Ah ah, é sempre o mesmo truque, um ciclo de três anos, vamos só assistir.
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FUD_Whisperer
· 12-10 00:43
Já percebi há muito tempo o discurso do Powell: o corte das taxas é só um disfarce, o verdadeiro rosto é o de um falcão.
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FomoAnxiety
· 12-10 00:37
Outra vez com isto? Última dança de Powell, aposto cinco moedas que o mercado cripto vai levar a culpa.
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GasGuzzler
· 12-10 00:24
É mais uma vez o mesmo truque: quando a descida das taxas de juro realmente chegar, o mercado vai acabar por cair. Estou pessimista.
O ouro perdeu o suporte dos 4.200 dólares, mas a curva de rendimentos da dívida pública dos EUA está a inclinar-se abruptamente — estes dois sinais, que não deveriam ocorrer em simultâneo, estão a provocar uma tempestade cognitiva em Wall Street. Os traders estão a apostar furiosamente num corte das taxas em dezembro (a probabilidade já disparou para 85%), mas os veteranos já sentem que algo não bate certo: isto pode ser a armadilha "suave" mais perigosa da história da Fed.
**Corte nas taxas? Ainda é cedo para abrir o champanhe**
À superfície parece estímulo, mas na verdade pode ser um combo de três golpes consecutivos:
**Primeiro golpe: armadilha semântica**
É muito provável que Powell jogue com as palavras — "corte nas taxas não significa início de ciclo de flexibilização". O gráfico de pontos vai colocar condições rígidas para mais cortes em 2026: ou a taxa de desemprego sobe acima dos 5% (agora está só nos 4,4%), ou o núcleo do PCE cai abaixo dos 2,3% (atualmente ainda oscila nos 2,8%). Ou seja, depois deste corte pode não haver outro.
**Segundo golpe: assassinato da liquidez**
O novo regulamento discreto de 1 de dezembro é o verdadeiro trunfo — parar o quantitative tightening e simultaneamente reinvestir em dívida de curto prazo. Parece expansão monetária? Na verdade, é uma forma passiva de fazer subir as taxas de longo prazo. Para ativos como o BTC, que dependem de modelos de avaliação, é como misturar água no depósito de combustível.
**Terceiro golpe: sacrifício político**
Powell está prestes a passar o testemunho, esta é a última reunião que lidera. Para abrir caminho ao sucessor, precisa de reforçar a sua imagem "hawkish". O mercado cripto? Lamentamos, pode muito bem ser o bode expiatório. Olhando para o corte hawkish de 2019, o BTC caiu logo 53% — será que este cenário se repete?
**O mercado já está a exagerar**
Os dados não mentem: o setor energético do S&P 500 caiu recentemente 1,28%, matérias-primas caíram 0,82% — é sinal de que o dinheiro inteligente está a sair. O Bitcoin disparou mais de 16% desde 21 de novembro, mostrando que as boas notícias já foram totalmente absorvidas.
O pessoal do JPMorgan já está a soar o alarme: quando o corte se concretizar, as ações norte-americanas podem mergulhar devido à realização de lucros. A liquidez no mercado cripto já é frágil — será que vai ser também atingida por este efeito?
O guião deste jogo pode ser: oferecem-te o doce do corte nas taxas, mas retiram-no logo com o chicote hawkish. Quem aposta num mercado unilateral arrisca-se a ser o último a segurar o saco.