Já alguma vez pensaste que um dia poderias comprar Bitcoin diretamente na app do teu banco?
Isto aconteceu mesmo em França, no dia 8 de dezembro. O BPCE — o segundo maior grupo bancário francês — lançou contas cripto em quatro regiões de duas das suas subsidiárias. Agora, os clientes podem comprar, vender e deter ativos digitais como BTC e ETH no telemóvel, tal como fariam com produtos de investimento tradicionais. E isto é só a primeira fase de testes; posteriormente irá abranger mais agências.
Para ser sincero, isto aconteceu de repente, mas se pensarmos bem, não é assim tão surpreendente.
Se recuarmos um pouco, vemos que as instituições financeiras tradicionais francesas já se estavam a posicionar há algum tempo: a subsidiária do Société Générale lançou a sua própria stablecoin em dólares; uma empresa associada ao Crédit Agricole obteve a licença MiCA da UE. Agora, este passo do BPCE parece mais uma transição do “operar nas sombras” para o “jogar às claras”. Os bancos tradicionais estão mesmo a começar a enfrentar de frente o mundo cripto.
Mas por trás disto há outro fio condutor — as contas económicas da Europa estão cada vez mais difíceis de fechar.
Recentemente, o euro valorizou-se. À primeira vista, parece positivo, mas surge um problema: a valorização da moeda faz baixar o preço dos bens importados, o que pode aumentar o risco de deflação. O BCE deve estar com dores de cabeça, e o mercado já prevê que sejam forçados a acelerar o corte das taxas de juro para contrariar a pressão deflacionista.
Vês? De um lado, bancos centenários procuram crescimento ao abraçar as moedas digitais; do outro, o banco central caminha na corda bamba entre inflação e deflação, ajustando políticas. Estas duas situações parecem desconexas, mas contam ambas a mesma história: o ecossistema financeiro europeu está a passar por uma profunda reestruturação.
A fronteira entre as finanças tradicionais e o mundo cripto está cada vez mais difusa.
E então surge a questão — será isto uma autêntica reinvenção dos bancos, ou estão as criptomoedas a ser “absorvidas” pelo sistema? E se a Europa iniciar mesmo um ciclo de descida das taxas de juro, que impacto terá isso no mercado dos ativos digitais?
Partilha a tua opinião nos comentários. Achas que mais bancos vão seguir este caminho?
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SchrodingerProfit
· 4h atrás
O movimento dos bancos franceses desta vez está realmente forte, até os grandes bancos já não conseguem ficar parados. Assim que o ciclo de descida das taxas de juro começar, é provável que estes ativos digitais disparem.
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InscriptionGriller
· 4h atrás
Acorda, pá, os bancos agora estão mesmo aflitos.
Isto não passa de uma máquina de cortar tolos disfarçada de conformidade; mal o ciclo de descida das taxas começou, estas grandes instituições já tinham tudo preparado. Estão à espera para vos apanhar.
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SnapshotBot
· 4h atrás
Os bancos franceses realmente tomaram uma atitude, o que isso significa? Integração ou compromisso? Acho que não é nenhum dos dois, é simplesmente por interesse próprio.
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AirdropDreamBreaker
· 4h atrás
Os bancos franceses já estão a mexer-se, mas o que me preocupa mais é quando é que o ciclo de descida das taxas de juro vai realmente começar. Nessa altura, o mercado cripto deve explodir outra vez.
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DegenGambler
· 4h atrás
Banco francês lança contas de cripto? Agora é que as finanças tradicionais ficaram mesmo inquietas, na minha opinião era só uma questão de tempo.
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SchroedingerMiner
· 4h atrás
Já estava mais do que na hora, se os bancos não se mexerem vão acabar por ser ultrapassados, mas por outro lado, se esta vaga de descida das taxas de juro realmente acontecer, será que as nossas criptomoedas ainda vão conseguir valorizar...
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Isto aconteceu mesmo em França, no dia 8 de dezembro. O BPCE — o segundo maior grupo bancário francês — lançou contas cripto em quatro regiões de duas das suas subsidiárias. Agora, os clientes podem comprar, vender e deter ativos digitais como BTC e ETH no telemóvel, tal como fariam com produtos de investimento tradicionais. E isto é só a primeira fase de testes; posteriormente irá abranger mais agências.
Para ser sincero, isto aconteceu de repente, mas se pensarmos bem, não é assim tão surpreendente.
Se recuarmos um pouco, vemos que as instituições financeiras tradicionais francesas já se estavam a posicionar há algum tempo: a subsidiária do Société Générale lançou a sua própria stablecoin em dólares; uma empresa associada ao Crédit Agricole obteve a licença MiCA da UE. Agora, este passo do BPCE parece mais uma transição do “operar nas sombras” para o “jogar às claras”. Os bancos tradicionais estão mesmo a começar a enfrentar de frente o mundo cripto.
Mas por trás disto há outro fio condutor — as contas económicas da Europa estão cada vez mais difíceis de fechar.
Recentemente, o euro valorizou-se. À primeira vista, parece positivo, mas surge um problema: a valorização da moeda faz baixar o preço dos bens importados, o que pode aumentar o risco de deflação. O BCE deve estar com dores de cabeça, e o mercado já prevê que sejam forçados a acelerar o corte das taxas de juro para contrariar a pressão deflacionista.
Vês? De um lado, bancos centenários procuram crescimento ao abraçar as moedas digitais; do outro, o banco central caminha na corda bamba entre inflação e deflação, ajustando políticas. Estas duas situações parecem desconexas, mas contam ambas a mesma história: o ecossistema financeiro europeu está a passar por uma profunda reestruturação.
A fronteira entre as finanças tradicionais e o mundo cripto está cada vez mais difusa.
E então surge a questão — será isto uma autêntica reinvenção dos bancos, ou estão as criptomoedas a ser “absorvidas” pelo sistema? E se a Europa iniciar mesmo um ciclo de descida das taxas de juro, que impacto terá isso no mercado dos ativos digitais?
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