A SEC acaba de conceder uma licença de três anos para o DTC, uma subsidiária do DTCC. Parece uma notícia discreta, mas na verdade sugere algo mais profundo.

Não se deixe enganar pelo termo "negociação na cadeia de ações dos EUA". A abordagem oficial dos EUA é mais sofisticada. O verdadeiro jogo não é uma troca disruptiva, mas sim a transformação da infraestrutura de liquidação e compensação através do mecanismo de Conta Omnibus — usando um sistema de custódia baseado em blockchain. Em outras palavras, migrar os sistemas de backend existentes do DTCC para a cadeia, permitindo aproveitar as características eficientes do blockchain enquanto mantém a cadeia de regulamentação financeira dos EUA intacta.

Como infraestrutura central para as negociações de ações nos EUA, o DTC lida com trilhões de dólares diariamente. Se o piloto for bem-sucedido, a tokenização de ativos tradicionais deixará de ser uma ideia para se tornar uma realidade. Não se trata de uma bolsa ou de uma blockchain específica, mas de um processo liderado por Washington, de cima para baixo, uma abordagem formal e regulamentada. A lógica por trás é clara: abraçar a tecnologia blockchain para reduzir custos, ao mesmo tempo em que mantém tudo sob o controle da regulamentação.